Revelação das Paralimpíadas Escolares e pupilo de
medalhista
paralímpico busca afirmação em Mundial de bocha no
Rio
Atleta mais novo da Seleção
Brasileira de bocha, o potiguar Iuri Tauan estreou no Mundial da modalidade,
nesta quarta-feira, 7, no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, no Rio de
Janeiro. O jogador, da classe BC2 (para atletas que não recebem assistência), de
19 anos, busca se firmar entre os melhores do mundo e é um dos quatro
estreantes do país na competição, que acontece na Arena Carioca 1.
Iuri Tauan/ Foto: Dantas Jr./ANDE
Além do jovem, o cearense Maciel
Santos entrou em quadra nesta manhã pela segunda vez na competição e aplicou 16
a 0 no britânico Will Hipwell, pelo Grupo A da mesma classe de Iuri. Maciel já
havia vencido na estreia, assim como a paulista Josi Silva, que venceu no
tie-break a sul-coreana Yubin Kim, após o empate de 2 a 2 no tempo normal na
BC4 (para atletas com deficiências severas, mas que não recebem assistência).
Na tarde desta quarta-feira,
ainda jogam Andreza Oliveira e Letícia Karoline, ambas pela BC1, Antônio Leme
(BC3) e Eliseu dos Santos (BC4). Todos também atuarão pela segunda vez no
Mundial.
Já Iuri entrou em quadra pela
primeira vez pelo Brasil sendo uma das revelações das Paralimpíadas Escolares,
maior evento esportivo do mundo para jovens com deficiência em idade escolar e
organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) desde 2006. Sempre como
atleta da bocha, modalidade que conheceu aos nove anos quando praticava
natação, participou das edições de 2015 a 2019.
Para ele, a competição do CPB
voltada para a iniciação esportiva foi a principal motivação para a sua chegada
à Seleção Brasileira de bocha e, agora, à disputa de um Mundial da modalidade.
"Meus amigos de
Paralimpíadas Escolares hoje me perguntam como é estar aqui, em um Mundial. É
muito legal para mim saber que pessoas novas, que estão chegando na bocha, se
inspiram em mim. Isso é muito gratificante. Sempre sonhei estar na Seleção
Brasileira. Era o meu objetivo dede que eu comecei. As Paralimpíadas Escolares
foram um grande berço para mim", afirmou o atleta que tem paralisia
cerebral e nasceu em Parnamirim (RN).
"Estou muito feliz em estar
representando o Brasil em um Mundial, é o meu primeiro. Estou aqui para
aprender e adquirir mais experiência com os melhores do mundo", completou.
Mesmo ainda novato, ele é o atual
12º colocado no ranking mundial e o segundo melhor atleta do Brasil em sua
classe, atrás apenas de Maciel Santos, número um do mundo e medalhista
paralímpico e mundial.
O mais experiente da Seleção
Brasileira de bocha, inclusive, convidou Iuri para realizarem treinos juntos
antes da viagem ao Mundial no Rio. E o período foi de grande aprendizado, diz o
estreante.
"Fui para Mogi [das Cruzes],
uma semana antes da viagem para o Mundial para treinar com o Maciel no clube
dele e poder aprender mais, melhorar os movimentos em quadra e me entrosar mais
com ele. Isso me incentiva muito, o fato de ele acreditar em mim. O Maciel é
uma inspiração para mim, assistia a ele e o Dirceu [Pinto] no Youtube em
competições. Sou muito fã dele e aprendo muito com ele”, finalizou Iuri, que
estreou no Mundial com uma derrota por 8 a 0 para o japonês Takayuki Hirose.
A principal competição da bocha
do ciclo Paris 2024 reúne mais de 170 atletas de 40 países em disputas
individuais, por pares e equipes. As partidas têm sido realizadas no mesmo
palco dos Jogos Paralímpicos de 2016. Os jogos de bocha têm acontecido nas
estruturas das Arena Carioca 1 e a entrada é gratuita ao público.
As partidas têm sido transmitidas
ao vivo pelo Youtube da Associação Nacional de Desporto para Deficientes
(ANDE), organizadora do evento.
O Mundial de bocha acontece até a
terça-feira da semana que vem, 13, quando acontecerão as finais das disputas de
pares e equipes. As decisões no individual acontecerão no sábado, 10.
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